De medico e louco todo mundo tem um pouco

Somos todos loucos, isso é fato!

Não precisamos pensar muito pra perceber isso, é só olhar em volta e ver o que está acontecendo no mundo, ler o jornal, assistir a novela e até mesmo os novos desenhos animados.

Aquecimento Global, animais extintos, atrocidades cometidas com crianças e mais uma porrada de coisas que não vou ficar aqui lembrando.

Se não me engano existe até alguma vertente da psicologia que afirma que realmente somos todos meio loucos, ou como aprendi com uma psicóloga amiga minha, “todos nós temos uma psicopatologia, ainda mais agora que virou moda dar nome para sintomas”.

Bom, mas não estou aqui para falar disso, não tenho a mínima queda pra psicologia.

Se tem outra coisa que todo mundo sabe, é que a medicina nos é instintiva.

Está marcado em nossa evolução, afinal quem cuidava de macaco era macaco né? Mas hoje, nosso primeiro contato com ela, começa muito cedo, ainda criança, com aquela amiguinha que você acha que precisa de cuidados especiais e como um bom doutor dá o maior trato.

Daí, crescemos um pouco, vem a fase dos testes, estudar aranha, mosquito, até coelho já soube que abriram para ver o que tinha lá dentro.

Em seguida a auto-medicação, vai pra balada, toma engov. não tomou?
Epocler, e se der dor de cabeça Neusa. Bom por ai vai.

Mas também não é sobre isso que eu quero falar, depois que cresci nunca mais pensei em ser médico!

Eu queria falar sobre aquela vontade que nos acompanha desde sempre.

Desde que somos bebês, estar nas alturas nos fascina, quem não se lembra de brincar de aviãozinho, onde seu pai lhe levantava e você fingia que estava voando?

Ou quando pedimos para nossos pais no balanço:

- Mais alto pai! Mais alto!

Ou quando brincavamos no trepa-trepa, (ô nominho esquisito para brinquedo de criança né), sempre queriamos ir ao topo.

Me lembro de uma história que aconteceu há alguns bons anos.

Um amigo meu o Juca, fantasiado de Batman, começou a subir no trepa-trepa, subiu, subiu, subiu, subiu e subiu, naquela época o trepa-trepa era com uma escalada no Everest.

Ao chegar lá em cima ele olhou bem nos meu olhos e disse:

- Eu vou voar.

No instante seguinte estava lá o Juca, apagadão no chão, com mãe, babá e uma multidão de senhoras também mamães preocupadas.

Me lembro que olhei pra cima e pedi licença, passei por aquele mar de saias e avisei para Mãe dele:

- O tia.
- O tiaaaaaaaaa.
Quando finalmente obtive atenção disparei:

- Eu falei pra ele que o Batman não voava.

Deste dia em diante passei a gostar do Superman, e fiquei sempre com essa idéia fixa na cabeça. Nem o Juca nem o Batman voaram, mas eu ainda vou voar.

Porque está dentro de todos nós a ansia pelo voo. Ela apenas adormece com o passar dos anos, como vários outros sonhos que vão ficando para trás com o tempo.

E você ai? Quer voar comigo?